Autor(a): Jane Austen
Páginas: 469
Avaliação: ★★★★★
Jane Austen inicia Orgulho e Preconceito com uma das mais célebres frases da literatura inglesa: "É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico deve precisar de uma esposa". O livro é o mais famoso da escritora – traz uma série de personagens inesquecíveis e um enredo memorável. Austen nos apresenta Elizabeth Bennet como heroína irresistível e seu pretendente aristocrático, o sr. Darcy. O enredo aborda múltiplos aspectos: o orgulho encontra o preconceito e a ascendência social; equívocos e julgamentos antecipados conduzem alguns personagens ao sofrimento e ao escândalo. Porém, muitos desses conflitos da trama conduzem os personagens ao autoconhecimento e ao amor. O livro pode ser considerado a obra-prima da escritora que, com sua refinada ironia, equilibra comédia e seriedade a uma observação meticulosa das atitudes humanas.
Elizabeth Bennet não é como as outras mulheres. Muito pelo contrário. Ela é inteligente e usa essa inteligência ao seu favor, sem falar que abomina tudo o que é fútil e sempre vê as pessoas pelo pior lado, evitando, assim, se decepcionar futuramente. Mas essa inteligência não livra Elizabeth de um grande amor, o qual nem ela mesma sabe que sente.
Quando o sr. Bingley se muda para Netherfield, a família de Elizabeth fica em polvorosa. Sua mãe, a sra. Bennet, quer porque quer casar todas as suas filhas com homens ricos, sem se importar com o amor, apenas com o dinheiro. Ignorando tudo isso, Elizabeth começa a torcer para que Jane, a irmã, consiga conquistar o coração do sr. Bingley, já que, aparentemente, estão ambos apaixonados. Porém, o que Elizabeth não esperava era que o sr. Darcy, amigo do sr. Bingley, se apaixonasse por ela.
Isso é ruim, extremamente ruim, pois Elizabeth abomina aquele homem mais do que tudo. O acha orgulhoso e arrogante, e, depois de algum tempo, quando Darcy não resiste e a pede em casamento, ela lhe revela toda a sua repulsa e acaba revelando que sabe coisas sobre Darcy que ele nunca imaginou. Ele, porém, é inocente das acusações, exceto uma, a qual só fez porque achou que era o certo.
Passado um tempo, Elizabeth volta a se encontrar com Darcy algumas vezes e então começa a perceber que nutre por ele alguma coisa intensa, a qual desconhece, mas suspeita que seja amor. O sr. Darcy, ainda nutrindo fortes sentimentos por Elizabeth, dá o máximo de si para mudar e se tornar um homem melhor, o qual consiga conquistar Elizabeth, e, para isso, faz coisas que a grande maioria dos homens nunca faria por amor.
Sem perder as esperanças, ele espera que, algum dia, Elizabeth comece a amá-lo como ele a ama e, quando esse dia finalmente chega, Darcy não perde tempo e, por incrível que pareça, os dois que anteriormente se odiavam, agora se amam imensamente.
Creio que todos sabem que eu odeio romances, ainda mais aqueles melosos que dão até náusea, mas, por incrível que pareça, eu amei esse aqui. Não sei se foi porque a escrita de Austen é magnífica ou porque a história não contém toda aquela melosidade que podemos encontrar nos romances que são moda ultimamente.
Acredito que encontrei o tipo de romance certo para mim: os clássicos. Sinceramente, acho que não existe outro tipo de romance que tenha as medidas certas de mel e, como antigamente o romance era muito mais valorizado, as histórias não são bobas e nem extravagantes, são básicas num quesito perfeito. Sem ser de mais ou de menos.
Se você parar para pensar, os homens daquela época eram muito mais educados do que os de hoje, e isso é obvio pelo modo com que as autoras de clássicos os descrevem. Eles valorizavam a mulher, sua beleza, sua inteligência – acima de tudo a inteligência, ou, pelo menos, a maioria valorizava –, tudo. É claro que o fato de elas não terem liberdade para certas coisas era triste, mas pelos menos elas tinham a admiração dos homens, o respeito deles. O que, cá entre nós, é difícil de encontrar na atualidade.
Descobri ao ler esse livro uma autora fenomenal, arrebatadora e de uma ironia incrível. Sim, estou apaixonada pela Jane Austen e sim, quero muito ler todos os seus livros o mais rápido possível. Como não amar?! Sua escrita é perfeita, detalhada na medida certa, rápida sem perder a elegância, simples sem ser simples.
Admito que não sei o que falar sobre o livro, ele me deixou sem palavras. Quando o terminei, fiquei uns bons cinco minutos olhando para o nada com os olhos meio arregalados e o coração batendo forte. Senti uma tristeza se acomodando dentro de mim por ter terminado o livro tão rapidamente, o que me surpreendeu, e também senti a curiosidade se apoderando da tristeza, pois o livro não disse exatamente o que aconteceu com Elizabeth e Darcy depois do casamento, ou, pelo menos, não o suficiente. Acho que essa foi à única coisa que eu não gostei no livro. Admito que eu esperava o número de filhos que tiveram, como eles eram e se tinham a inteligência de Elizabeth e a coragem de Darcy. Bobo, eu sei, mas esperava. Esperava muitas coisas, mas elas não aconteceram, porém, me contendo com o fato de poder imaginar livremente o que aconteceu.